De fã para fã: Uma carta sobre Jane The Virgin

Sou apaixonada por novelas desde a infância. Principalmente as mexicanas. Tenho certeza de que isso foi ponto central pra que eu, depois de 2 anos já conhecendo a série, finalmente me rendesse a ela. Se você ainda não conhece a série, dá uma conferida em outro post nosso, que é esse aqui ó: https://literalialista.wordpress.com/2017/11/24/jane-the-virgin/

E o que te fez cair de amores, Jojo?

Mas, o que me fez apaixonar por Jane foi algo muito além.
Jane The Virgin foi a série que tocou minha vida de uma forma que eu nunca pensei que aconteceria. Quando comecei a assistir, eu me identificava com a Jane por tudo que compunha a personagem. É conforme o tempo passou, eu percebi, era a série da minha vida. Era a minha vida sendo descrita em uma série.

Jane tem uma profunda ligação com a família. Eu também. É algo inexplicável a conexão que tenho com meus pais e irmãos.
O ponto mais importante em comum é a questão da religiosidade. Católica desde pequena, devota da Virgem de Guadalupe, o fervor da Alba me foi reconfortante durante os dias mais difíceis. Eu lembrei que havia alguém ali pra mim é esse alguém era minha mãe do céu, minha Virgem Maria.
Falando da parte romântica, as histórias de amor da nossa querida heroína são meio parecidas com a minha. Nunca deu certo com ninguém antes de Michael e, quando ele chegou em sua vida, foi aquele amor de novela, parecendo ter sido coisa do destino. Comigo também foi assim, mas o final da história não foi tão belo quanto o de nossa querida personagem vai ser.

Jane teve Michael, Rafael, Adam e Fabian. Eu tive meu Michael (que às vezes era um pouco Rafael.) E quando ele foi embora da minha vida, assim como foi com Jane quando Michael “morreu”, meu mundo desabou. Mas Joh, como assim?

O término foi extremamente difícil pra mim, por ele ter sido meu primeiro amor. Primeiro amor e primeira decepção. Ah, mas Joh, se ele te decepcionou, por que tá contando isso?

Eu hoje conto por quê graças a Jane the Virgin eu não entrei em depressão durante 2018. Passei por dias muito ruins, principalmente quando confirmamos que minha mãe de criação tem Alzheimer. O que JR passou eu só sinto na pele. É doloroso demais pra mim, mas essa série, ah, essa série me ajudou muito nesses tempos difíceis. Enquanto chorava por não aceitar a perda, a doença da minha mãe e todos os outros problemas à minha volta, Jane the Virgin me ajudava e reanimava.

Eu reassisti todos os episódios e consegui ter força pra lutar. Não que eu já esteja 100%, mas eu tô 70% melhor, com a ajuda da terapia.

É como eu disse, assim como Jane, eu tenho uma família que é minha base, meu suporte. Meus pais biológicos e de criação são fantásticos! Tenho amigas que são como Petra e Jane são uma pra outra. Tenho amigas como a Lina também. Mesmo distantes, elas são extremamente importantes na minha vida.

Essa série me ajudou nos piores dias, repito. Me trouxe sonhos de volta, como o sonho de publicar meu livro. É, assim como Jane, eu sou escritora. E assim como ela, tô escrevendo um livro sobre a minha história. Esse livro eu escrevo desde agosto se 2017. A série comecei em outubro. Na mesma época conheci meu Michael, mas como a vida me pregou uma peça enorme, eu não consegui mais escrever. Passei quase o ano todo entre lagrimas, dor e qiase me afundei.

Jane foi um dos motivos pra eu conseguir submergir.

Infelizmente tem uma coisa ainda não conseguindo digerir. Só de pensar em ter de mudar o nome de uma das figuras centrais do meu livro é doloroso, pois me dói muito saber que eu tô deixando uma parte da minha vida pra trás. É como se eu mudasse o ponto central da história: a arte virando realidade. Pois o que aconteceu no livro acabou acontecendo comigo. Com a diferença de que o final que eu planejo não vai acontecer na vida real.

Novamente falando sobre o livro, se você não quer, então porque vai mudar, Jo? Bem, a resposta é simples. O nome do personagem é o mesmo do meu ex namorado. E como dói contar uma história tão parecida com a real. Como dói. E novamente, Jane me ensinou a ser forte. Mas, eu hoje sei de algo muito importante: Ser feliz sozinha é imprescindível. E eu, mesmo com tanto problema, sou feliz e só tenho a agradecer a Deus por tudo nessa vida.

Sabem, eu vejo tudo que Jane viveu e eu penso “Eu preciso continuar esse livro. Eu preciso finalizar e publicar ele.” Jane superou cada medo dela e me ensinou a lutar por mim e pelos meus sonhos. Me lembrou da coragem que eu necessito ter. Coragem essa que eu aprendi a ter com Once Upon a time, outra das minhas séries favoritas.

Com Alba e Rogelio eu aprendi que nunca é tarde demais para conquistar o que a gente mais deseja, mas que, no processo, a gente precisa analisar as portas que se abrem e se fecham e entender quando é livramento, quando é perda.
Enfim, esses últimos quase dois anos assistindo Jane me ajudaram de uma forma que eu jamais vou poder agradecer.

Eu aprendi a amar o cast. Amar a mim mesma e a minha vida. E entendo que algumas mudanças são dolorosas demais nas nossas vidas, e que acontecem pra gente compartilhar de alguma forma. Espero que em breve eu venha aqui contar sobre a finalização e publicação do livro pra vocês.
Obrigada, CW, Gina, Justin, Brett e a todo o elenco por esse maravilhoso show. Foi a melhor “novela mexicana” (na verdade Venezuelana), que eu já vi na vida.
Thank u.
Love, Joana.

Meu amor por esse cast será eterno ❤

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